O brasileiro já mostrou para o mundo que o futebol é arte e a sétima categoria desta modalidade revela grandes nomes na seleção canarinha
Daniel Bydlowski, cineasta* Publicado em 20/11/2022, às 11h29
Chegamos a tão esperada Copa Do Mundo do Catar, e sabemos que o Brasil é o único penta campeão da competição mais aguardada do mundo, e logo atrás vem a Alemanha com quatro títulos.
Claro que estamos esperando ansiosamente o famigerado hexa, desde 2006, e não cansamos de conferir as escalações de todos os anos para ver se teremos alguma chance, mas sempre temos, e, além disso, a torcida brasileira sempre foi conhecida pela sua fé.
E para fazer o aquecimento, não podíamos deixar de misturar o futebol arte dos nossos jogadores canarinhos com os filmes, documentários e séries, afinal, elas nos emocionam o mesmo tanto quanto o dia em que vimos cada um dos jogadores em campo.
Para celebrar 20 anos do penta, o documentário lançado neste ano de 2022 nos lembra da alegria de ser parte de um país em que o futebol é mundialmente conhecido e admirado.
A raça no coração, a estratégia da equipe e a arte nos pés eram fatores que fazia desse time o verdadeiro campeão. Além de imagens inesquecíveis, a obra traz toda a trajetória da seleção no Japão e Coreia do Sul, com direito aos bastidores e entrevistas com os maiores nomes. Ainda, revela algumas peculiaridades, como o cabelo do Ronaldo Fenômeno na partida final.
Sabemos que não há controvérsias, apenas nossos hermanos que tem um delírio coletivo de que Maradona é melhor que o Pelé. E o filme, além de mostrar muitas fases do Rei do Futebol e contar sobre os dramas vividos por ele, também enfatiza a sua jornada até a conquista do primeiro título mundial de 1958 com a pesada camisa brasileira.
O drama, surpreendentemente, não foi produzido por um brasileiro, mas sim pelos americanos Jeff Zimbalist e Michael Zimbalist, em 2017. A garra de Pelé desde a infância, até seus apenas 17 anos em que teve esse maior feito, com partes reais e partes cinematográficas.
Existem muitos filmes que contam sua história, e não por menos, pois, realmente, são casos para muito mais que 107 minutos.
Um craque é um craque, e deve ser reconhecido. Por isso, o filme de Heleno de Freitas, o primeiro jogador a dar trabalho para os times de futebol, ganhou um filme em 2011. Interpretado por Rodrigo Santoro e baseado no livro ‘Nunca houve um homem como Heleno’, sua promessa era alta, mas não tanto como seus escândalos e indisciplina.
Gênio e explosivo, seu futebol era daqueles que o transformaria em um ícone mundial, mas os planos foram minados pelo seu comportamento extremamente arredio e pela doença de sífilis que o assolou.
Além de ser um exímio jogador, era galã e o príncipe do Rio de Janeiro, como o chamavam nos tempos de ouro da Cidade Maravilhosa, na década de 40. O homem brilhante e extremamente autodestrutivo jogou no Botafogo, sendo considerado na época o maior de todos os tempos.
Há quem diga que foi maior que Pelé, há quem discorde veementemente. Mas temos um fato aqui, Manuel Francisco dos Santos, o Mané Garrincha, foi um ícone do futebol brasileiro e inesquecível.
Por isso, o documentário de 1962 foi produzido, para eternizar seus feitos, dribles perfeitos e seu título de maior jogador do mundo na copa de 1962. As imagens mostram suas façanhas no Botafogo e na Seleção Canarinha, misturadas às cenas de seu cotidiano, treinos e preparações. Ainda, com um pouco de sua vida pessoal.
Ronaldo Nazário é o nome dele. Em meio a polêmicas, casamentos, desempenho físico, fim de Copa, ele conseguiu ser um dos maiores nomes do futebol.
A bola em seu pé se transforma em impulsionamento automático para os gritos de gol, e o documentário produzido neste ano, deixa claro a sua marca. Não há igual, o Fenômeno é único, singular.
Suas idas e vindas com a bola, seus dribles e gols irretocáveis são mostrados, ainda conta com depoimentos de grandes nomes como Roberto Carlos, Zidane, Romário, Bebeto, além do técnico Felipão e sua mãe Sônia dos Santos.
Nunca poderíamos deixa-lo de fora, ele, que provavelmente tira o título do Guga (nosso ícone do tênis) de labrador brasileiro, Ronaldinho Gaúcho é uma lembrança gostosa na mente de cada brasileiro.
Teve polêmicas? Quem nunca? Mas é inegável que seus pés são impossíveis de acompanhar. Seu futebol não é raça, é alegria, é mágica.
O documentário, também produzido em 2022, mostra seus “anos dourados”, em 2000, e também seus problemas como o episódio no Paraguai. Vale a pena conferir.
O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos.
Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.
