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Onde tudo começou: Cinema francês é o berço do sétima arte?

Um ano após a morte do ícone da sétima arte Jean-Paul Belmondo, vale a pena enaltecer as produções nas terras do croissant

Daniel Bydlowski, cineasta Publicado em 04/09/2022, às 12h00

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Cenas de alguns dos filmes listados no artigo - Divulgação / YouTube
Cenas de alguns dos filmes listados no artigo - Divulgação / YouTube

O ator Jean-Paul Belmondo, estrela de cinema inigualável na França, faleceu no dia 6 de setembro de 2021, aos 88 anos, há um ano. Ícone da Nouvelle Vague, conquistou a fama por conta dos imperdíveis filmes como ‘O Acossado’ (1960), ‘O Demônio das Onze Horas’ (1965) e ‘O Homem do Rio’ (1964).

Apesar de todos os méritos inquestionáveis, não é só de Belmondo que se faz o cinema na terra da Torre Eiffel. São muitos os sucessos que nos trazem fotografia, enredo, cenas clássicas e muito mais para curtir a telona.

Talvez você não saiba, mas a história do cinema está atrelada à França desde o início de sua história. ‘L’Arrivée d’un Train à la Ciotat’ (1896) foi um dos primeiros filmes a ser rodado publicamente pelos irmãos Lumière – que, inclusive, contribuíram significativamente com a sétima arte e são considerados pai desta modalidade.

Outra passagem que deixa bem clara essa ligação é a forma de narrativa que utilizava das imagens para contar uma história, introduzida pelos franceses Alice Guy Blaché e Georges Méliès. Isso rendeu à Alice o título de primeira roteirista de cinema, e ao Georges de pai dos efeitos visuais.

Antes de ser pego pela depressão econômica da Primeira Guerra Mundial, o cinema francês ia de vento e polpa, principalmente na Europa, mas após o país ter sido abalado pelo conflito, as portas do mundo se abriram ao cinema americano. 

Entre 1950 e 1960, o restabelecimento começou, com abordagens políticas e sociais, importantes diretores como Jean-Luc Godard, Agnès Varda, François Truffaut e Alain Resnais conquistaram o espaço merecido e deram início ao movimento Nouvelle Vague – que se caracteriza o cinema do autor, aquele que dá espaço à criação artística. A moda pegou e até hoje serve de inspiração ao Cinema Novo brasileiro e o Nuevo Cine Latino-americano.

Enfim, o cinema francês é conhecido pela sensibilidade, que traz enormes reflexões ao publico em relação à sociedade e à humanidade. Com um ritmo próprio, a originalidade é uma marca da sétima arte deste país.

Agora, confira alguns filmes imperdíveis e “Allez”!

 ‘Os Incompreendidos’ (1959), de François Truffaut

A história conta sobre a vida de Antoine, negligenciado pela mãe que aproveita todos os aspectos da vida, mas não tem tempo para a criança. Então, ele acaba sendo criado por seu padrasto, que percebe quando o garoto não vai à escola, o que coloca a mãe em alerta, porque já sabia que neste horário o filho a tinha visto com um amante. Isso desencadeia situações que levam o menino às ruas, e quando se vê, já está praticando pequenos roubos para conseguir sobreviver.


‘Hiroshima, Meu Amor’ (1959), de Alain Resnais

Franco-japonês, este filme não teria como ficar de fora desta lista. A história, que é um clássico de uma atriz francesa que foi aprisionada pela família na Alemanha em uma adega sem as mínimas condições salubres, apenas por ter amado um inimigo. E quando chega ao Japão, se apaixona por um arquiteto casado, que lhe dá o gosto de amar e ser livre novamente. Com certeza, esta é uma das histórias de amor mais bonitas do cinema.   


‘O Desprezo’ (1963), de Jean-Luc Godard

Baseado na ‘Odisséia’ de Homero, este longa  revela um casal que convive com a profissão de escritor do homem, e o grande clímax começa quando ele recebe uma proposta de 10 mil dólares, muito dinheiro à época, para escrever um roteiro.

Mas o que incomoda da mulher é quando o marido insiste em deixa-la sozinha com o produtor do filme, fato que a faz acreditar que ele a tenha vendido para o seu contratante. Este mal entendido gera outros e começa a ruir o casamento, o deixando fragmentado sem quase nenhuma opção de se acertarem.


‘Bom Trabalho’ (1999), de Claire Denis

O filme se passa na África, quando a Legião Estrangeira da França, formada por homens de todas as etnias, se unem em uma missão pelo país. Com um cenário incrível e fotografias de tirar o fôlego, o sargento da missão entrega a condução da empreitada a um comandante, que acaba por receber e tratar muito melhor um novo recruta. O sargento que se consome pelos ciúmes comete uma grande besteira sem caminho de volta.


Sobre o autor

O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos.

Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.