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Testeira

Relembre a descoberta da evidência de crucificação do período romano

Entenda a importância da impressionante descoberta feita em 2021

Fabiano de Abreu* Publicado em 04/01/2022, às 12h34 - Atualizado em 29/03/2023, às 18h31

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O osso do tornozelo deste esqueleto estava perpassado por um prego de crucificação - Divulgação / Albion Archaeology
O osso do tornozelo deste esqueleto estava perpassado por um prego de crucificação - Divulgação / Albion Archaeology

Os arqueólogos da Arqueologia de Albion descobriram evidências de crucificações no período romano em Cambridgeshire, na Inglaterra. O achado é de 2017, mas somente em 2022 os resultados foram publicados na última edição da revista British Archaeology pelo conselho de arqueologia britânico.

Foram encontrados no sepultamento de um homem, que teria entre 25 e 35 anos, em um pequeno cemitério próximo ao assentamento romano em Fenstanton, entre Roman Cambridge e Godmanchester, evidências de uma possível crucificação.

O homem tem um prego de ferro que penetra o osso do calcanhar direito. Por isso, é fácil de relacionar esse achado ao processo de crucificação, onde os pés eram pregados nas laterais de uma madeira na vertical.

Durante o período romano, a crucificação era feita de maneira pública e utilizada para punir escravos, piratas e inimigos do Estado. Porém, poucos exemplos foram documentados em todo o mundo romano, mas a importância deste achado é que podemos inferir que a prática ocorreu também no Reino Unido.

Um dos esqueletos no sítio de escavação em Fenstanton - Créditos: Divulgação / Albion Archaeology

Após testes, foi datado que o esqueleto poderia ser de 130 a 360 D.C e seus tornozelos podem ter sido algemados. Existem ainda, sinais de lesões punitivas e uma possível imobilização perto ou na hora da morte. Os pesquisadores acreditam que a vítima pode ter sido uma escrava.

Além disso,  uma das evidências mais importantes a ser considerada é a localização do achado, uma vila romana, antes desconhecida, à beira da estrada. Podemos considerar os outros achados do local para construir uma imagem do que realmente havia ali. De qualquer forma, é uma descoberta fantástica para que possamos encaixar peças do quebra cabeça sobre como era a vida na Terra em períodos mais distantes.


Fabiano de Abreu Rodrigues  é PhD, neurocientista com formações também em neuropsicologia, biologia, história, antropologia, neurolinguística, neuroplasticidade, inteligência artificial, neurociência aplicada à aprendizagem, filosofia, jornalismo e formação profissional em nutrição clínica. Atualmente, é diretor do Centro de Pesquisas e Análises Heráclito; Chefe do Departamento de Ciências e Tecnologia da Logos University International e membro da Federação Européia de Neurociências e da Sociedade Brasileira e Portuguesa de Neurociências.