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Matérias / Bullying

Bullying pela orientação sexual: A história do garoto de 14 anos que cometeu suicídio há 9 anos

De acordo com a ONG Iowa Safe Schools, os jovens LGBTQIA+ são os principais alvos de bullying nas escolas de Iowa, nos Estados Unidos

Larissa Lopes, com supervisão de Thiago Lincolins Publicado em 14/02/2021, às 09h00

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Imagem meramente ilustrativa de luto de uma criança - Pixabay
Imagem meramente ilustrativa de luto de uma criança - Pixabay

A lei anti-bullying de Iowa, criada em 2007, não foi capaz de salvar o garoto de 14 anos na cidade de Paullina, condado de O’Brien, nos Estados Unidos.

No ano de 2010, o adolescente norte-americano Kenneth Weishuhn Jr, conhecido pelos amigos e família como KJ, mudou-se de casa para estudar a sétima série na South O'Brien High School.

De acordo com a sua família, KJ era gentil, amoroso e receptivo com as pessoas. Além disso, sonhava em seguir a carreira de policial ou cabeleireiro em Nova York, quando terminasse os estudos na escola. Mesmo assim, ele vivia numa situação de bullying.

A irmã do garoto, Kayla Weishuhn, 24, estudava na mesma instituição. Ela contou ao Sioux City Journal que presenciou vários dos episódios de bullying que KJ sofria por outros colegas. 

Para ela, a violência não tinha motivação no fato de ele ser calouro, mas sim, por causa de sua sexualidade. Kenneth era gay e demorou para falar sobre isso abertamente, tanto à família quanto aos amigos.

Imagem ilustrativa da bandeira LGBT. Crédito: Pixabay

A mãe de KJ, Jeannie, já havia notado sua orientação sexual. Contudo, pediu que o filho esperasse certo tempo para revelar a todos, já que temia a reação das pessoas - e que isso machucasse o garoto.

"Estou cansado de aguentar e não me importo com o que as pessoas dizem", era o que KJ dizia a sua família. Então, ele decidiu falar sobre a questão em sua conta no Facebook.

“Foi quando muitos problemas surgiram. Ele não se levantava e ia para a escola, ou simplesmente dormia muito”, contou a irmã. Os ataques violentos ao adolescente eram feitos na escola e na Internet, através de um grupo no Facebook, o que deixou KJ depressivo.

Nem todos os colegas de classe de Kenneth praticavam o abuso e, segundo a irmã, alguns continuaram sendo amigos dele. Já outros, partiam para o bullying. "Eles continuavam falando 'Queer', baixinho, enquanto (KJ) passava", disse Kayla.

A expressão ‘queer’ em tradução significa ‘estranho’, porém, foi adicionada ao vocabulário LGBTQIA+ nos últimos anos para designar todos que não são  heterossexuais ou não se identificam com outros termos já usados.

Numa dessas ocasiões, Kayla respondeu ao estudante que havia atacado KJ: "Sério, você tem um grande problema com isso?”. E ele disse: “Bem, ser gay é um pecado”.

Para ela, o preconceito estava enraizado na região, uma vez que a maioria dos moradores da cidade eram muito religiosos, e usavam a Bíblia para dizer que KJ ‘ia para o inferno’.

Fim trágico

Um mês depois de se assumir gay, Kenneth não suportou a situação de violência em que vivia e se suicidou, aos 14 anos. Seu atestado de óbito registrou a morte por enforcamento, que teria sido realizado na garagem de casa, por meio de uma coleira de cachorro.

Imagem ilustrativa de cemitério florido. Crédito: Pixabay

O funeral de KJ aconteceu em 19 de abril de 2012, dia em que Kayla disse temer mais do que a própria morte do irmão. Na ocasião, a irmã se sentiu triste por ele não ter deixado ao menos um bilhete antes de morrer.

Ainda de acordo com Kayla, os professores da escola souberam do que estava acontecendo e passaram a ficar nos corredores para supervisionar os alunos. O tema, inclusive, foi tratado em uma assembleia escolar, mas nem isso impediu os ataques.

Em junho daquele ano, os oficiais que investigavam o caso de KJ concluíram não ter provas suficientes para processar alguém. Um comunicado foi feito pelo Gabinete do Xerife do Condado de O'Brien para dar a notícia.

Jeannie disse que algumas das mães dos alunos que atacaram KJ têm vindo a ela, nos últimos anos, para pedir desculpas e lamentar o ocorrido.

"Eu penso nele o tempo todo. Você não quer que as pessoas esqueçam seu filho. Mesmo que ele tenha morrido, você quer que as pessoas se lembrem dele", concluiu a mãe de Kenneth.


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