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Coronavírus / Pandemia

Coronavírus: confinada, enfermeira paulista usa livro infantil para orientar filhas

“Vamos ficar longe por um tempo e vai dar muita saudade. Tudo bem se a gente chorar, podemos fazer vídeos à vontade”, dizia um trecho da obra

Fabio Previdelli Publicado em 30/03/2020, às 16h52

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Capa do livro e uma das páginas escritas e ilustradas pela enfermeira Marcela Vulcano - Divulgação
Capa do livro e uma das páginas escritas e ilustradas pela enfermeira Marcela Vulcano - Divulgação

“A mamãe matou um vírus”, esse é o título do livro escrito e ilustrado por Marcela Vulcano, que também se denomina como mamãe Marcela. Funcionária de uma unidade da Assistência Médica Ambulatorial (AMA), da Zona Norte de São Paulo, ela teve a ideia de criar um livro ilustrado para ajudar suas filhas, Olívia e Elisa, a entenderem o porquê delas precisarem ficar em um período de isolamento durante a epidemia do coronavírus.

“Apareceu um tal de vírus e não podemos mais passear no parquinho. Precisamos ficar em casa para cuidar dos velhinhos”, continua a história que foi compartilhada em suas redes sociais.

Uma das páginas escritas e ilustradas pela enfermeira Marcela Vulcano / Crédito: Divulgação

Após o período de quarentena ser determinado pelo governador João Dória, a família de Marcela decidiu ficar isolada em um sítio. Porém, como a enfermeira segue trabalhando diariamente, ela visita suas filhas somente para levar os mantimentos necessários.

“O mundo ficou muito doido e mamãe está preocupada, mas no sítio tem natureza e lá vamos ficar ocupadas”, diz outro trecho do livrinho. Apesar da distância das filhas, ela diz estar bem: “Mamãe é forte e esperta. Também é linda e destemida, como todas as mulheres, vovó, Lili e Elisa”.

No livro ela explica para as filhas a necessidade de se manterem afastadas durante esse período de pandemia / Crédito: Divulgação

Os pais de Marcela, e avós de Lili e Elisa, têm mais de 60 anos e, segundo a Organização Mundial da Saúde, estão dentro do grupo de risco. Por isso, ela alerta as filhas de maneira didática sobre a importância de permanecerem longe durante esse período: “Mamãe é enfermeira, cuida com muito carinho. Vai ajudar todo mundo, mas agora não pode dar beijinho”.

“Vamos ficar longe por um tempo e vai dar muita saudade. Tudo bem se a gente chorar, podemos fazer vídeos à vontade”. Em entrevista ao G1, ela conta que teve a ideia de confeccionar o livro quando planejava o que teria que levar à família.

O livro foi um meio de se manter presente na vida das filhas / Crédito: Divulgação

"Comecei a pegar fotos minhas e juntar para levar para elas. Peguei uns livrinhos e tive a ideia de fazer a historinha do porquê eu estou longe. Em dois minutos eu sentei, desenhei e costurei por que não tinha cola".

Ela explica que, além de ajudarem as filhas a entenderem a situação que ela estava passando, o livrinho também seria uma forma de oferecer carinho as pequenas e de se fazer, de alguma forma, presente.

“O que mais faz falta é o abração. Mamãe ama as duas meninas do fundo do coração”, diziaum dos trechos finais do livro / Crédito: Divulgação

“O que mais faz falta é o abração. Mamãe ama as duas meninas do fundo do coração”, declara para as filhas. “Eu sou porque nós somos”, termina o livrinho. Além da historinha, ela também usa brincadeiras para se comunicar com as filhas todas vez que as visita. Uma conversa a distância, por exemplo, se torna uma diversão com um telefone de lata.

A enfermeira Marcela Vulcano conversando com uma das filhas pelo telefone de lata / Crédito: Divulgação

Coronavírus no Brasil e no mundo

Segundo levantamento feito pela universidade americana Johns Hopkins, divulgado no início da tarde de hoje, 30, o Covid-19, já vitimou mais de 35 mil pessoas em todo o mundo. O estudo também revela que mais de 745 mil pessoas foram infectadas com o vírus e que 156 mil já se recuperaram da doença. 

Segundo informado pelo Ministério de Saúde na tarde de ontem, 29, o Brasil já registra 4.256 casos confirmados, com 136 mortes. A atualização desses dados deve ocorrer ainda hoje.