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Transformou o conceito de ficção: Há 20 anos, era lançado A.I. - Inteligência Artificial

O encontro de Steven Spielberg com a Stanley Kubrick Productions marcou para sempre Hollywood

Daniel Bydlowski, cineasta Publicado em 04/09/2021, às 10h00

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Cena de A.I. - Inteligência Artificial (2001) - Crédito: Amblin Entertainment; Stanley Kubrick Productions
Cena de A.I. - Inteligência Artificial (2001) - Crédito: Amblin Entertainment; Stanley Kubrick Productions

O colapso do meio ambiente foi o grande proveniente de robôs que supriram a perda de filhos e a impossibilidade de gerar novos. Uma crítica social válida envolta à família do casal Monica (Frances O'Connor) e Henry Swinton (Sam Robards), que sofrem com a internação em um hospital de criogenia de seu único filho, Martin (Jake Thomas).

A história faz da Inteligência Artificial uma crescente, com cidades litorâneas submersas, o derretimento das calotas polares e o Efeito Estufa sem reversão. Máquinas dotadas de inteligência humana começaram a ajudar as pessoas com suas versões robôs-babás, robôs-amantes, dentre outros, e, por fim, o robô-criança.

Crédito: Amblin Entertainment; Stanley Kubrick Productions

A.I. - Inteligência Artificial, de Steven Spielberg, foi lançado há exatos 20 anos e deixou um legado de enredo e conceito em relação à ficção cientifica.

David, é o menino robô programado para amar. Alguns dizem que seria uma releitura de Pinóquio, mas acredito que tenha muito mais que isso. Indicado ao Oscar por efeitos visuais, o longa mostra que ao se tornar um perigo para a sociedade, o pequeno androide é deixado na floresta, em uma aventura clandestina, para se transformar em um humano.

O paralelo é a forma como os humanos se relacionam com a A.I. em níveis mais íntimos, que mudou a forma de vermos a ficção, com uma perspectiva bastante futurística, envolvendo as relações humanas e a dominação da máquina em um espaço altamente ligado ao ser vivo dotado de inteligência.

Ainda, fora do alcance da nossa imaginação, será que um dia as máquinas poderão substituir os seres humanos nessas funções sociais? Esse é o grande marco. Ou então, quando nos tornamos escravos da tecnologia? Isso são horas de papos intermináveis entre leigos e profissionais.

Mas o longa retratou há 20 anos exatamente essas problemáticas, sem sequer imaginar o salto que esse tempo iria representar, entre computadores a bordo de casas, carros e empresas dizendo o que podemos ou devemos fazer.

Crédito: Amblin Entertainment; Stanley Kubrick Productions

A distopia não para por aí. O enredo traz a superação da máquina em relação aos humanos, e enquanto seremos raros, elas sobrevivem ao tempo e condições do meio ambiente, que estão próximas e todos os cientistas temem. E diante disso, devemos aceitar sem mesmo questionar todas as mudanças tecnológicas e inserções que vivemos hoje.

Talvez esse texto te traga mais dúvidas do que respostas, o que torna necessário uma nova sessão do filme.

Os mais de 235 bilhões de dólares em bilheteria não foram por menos. Os cuidados para imergir os expectadores como exemplo o não piscar de olhos do robô, para que fosse constrangedor para quem assiste, um pequeno detalhe que incomoda, mas não sabemos exatamente o que é.

Crédito: Amblin Entertainment; Stanley Kubrick Productions

Design perfeito, maquiagem no ponto exato para exprimir todas as emoções necessárias do homem e máquina. As técnicas artificiais foram decisivas e bastante perspicazes. Conseguiram engendrar um universo futurístico tornando o filme um marco, mesmo depois de tantos outros renomados do quesito ficção científica.

Spielberg é mestre em provocar as nossas emoções mais íntimas, consegue comover, divertir e nos intimidar com uma única produção, e ao assumir A.I. - Inteligência Artificial ele conseguiu pegar toda a expertise de Kubrick no que cerne as relações humanas e projetar um futuro que nos parecia estar logo ali. Inclusive, conseguiu por muitas vezes dentro do longa recriar esquemas de câmeras e enquadramentos que o diretor de Laranja Mecânica faria.


Sobre o cineasta

O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos. Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.