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Colunas / Daniel Bydlowski / Olivia Newton-John

Muito além de 'Grease': As fascinantes tramas vividas por Olivia Newton-John

Se engana quem acredita que a atriz, falecida no último dia 8, se limitou ao papel que a consagrou nos cinemas

Daniel Bydlowski, cineasta Publicado em 14/08/2022, às 12h00

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Olivia Newton-John durante evento em 2000 - Getty Images
Olivia Newton-John durante evento em 2000 - Getty Images

Se você é um pouco mais jovem pode até não se lembrar de Olivia Newton-John, assim logo de cara, mas certamente já ouviu um de seus hits musicais, responsáveis por mais de 100 milhões de discos vendidos, como “Physical”. Canção que além de ter um vídeo clipe bastante icônico à época, 1983, foi inclusive indicada ao Grammy Awards como melhor performance vocal pop feminina.

Mais conhecida pelo público como atriz, ela é responsável por interpretar personagens clássicos dos musicais de Hollywood, tais como ‘Grease: nos tempos da brilhantina’.

Lançado em junho de 1978 e dirigido por Randal Kleiser, Grease é uma celebração à década de 50 com bailes escolares, brilho e performances de dança e cantos inesquecíveis para muitos, tais como ‘You’re the one that I want’ e ‘Summer nigths’, em que a dupla conta aos seus amigos, e ao público, suas versões diferentes do amor de verão vivenciados por eles.

Ambientado no sul da Califórnia, Grease apresenta o desenrolar da história do romance entre o engraxate Danny (Travolta) e a garota australiana, Sandy (Olivia). Papel que não foi difícil para ela, já que nasceu na Inglaterra, mas mudou-se para a terra dos cangurus ainda pequena. Quando eles pensam que se separaram para sempre, o destino os coloca na mesma escola, onde vão passar por muitos desafios já que a imagem de durão de Danny não o deixa assumir sua paixão.

Embora o filme seja um clássico e tenha muito valor nostálgico e cultural, muitos acham estranho que atores mais velhos interpretem adolescentes. No entanto, ainda assim é um “must see” do cinema e fenômeno de bilheteria à época, com quase US$ 400 milhões em vendas de ingressos.

Além de 'Grease'

Em ‘Xanadu’, longa de 1980, há música, mas também muita fantasia e apesar do longa ser bastante conhecido a crítica não parece ter gostado tanto assim do roteiro, deixando todo o brilho para Olivia que interpreta Kira, uma deusa grega que vem à Terra para uma missão: ajudar o artista Sonny Malone, vivido por Michael Beck, a abrir uma casa noturna. O problema é que a deusa não esperava se apaixonar por Sonny nem contrariar as ordens de Zeus.

A verdade é que embora os fracassos, Olivia sempre demonstrou resiliência em sua vida pessoal assim como com seus personagens. A atriz iniciou sua carreira no começo da década de 1970, quando ganhou o quarto lugar no Eurovision, programa da mais famosa competição musical da Europa.

Em 2005, Olivia vivenciou uma história inacreditável. Seu então namorado há 11 anos, o cinegrafista Patrick McDermott, foi declarado desaparecido a bordo de um barco pesqueiro. A artista além de financiar buscas para encontrar o corpo de seu parceiro, mergulhou em um profundo luto.

Olivia com o Patrick McDermott / Crédito: Divulgação / YouTube / Daily Mail

Após três anos a polícia concluiu que ele havia caído no mar e se afogado, no entanto pouco depois teorias surgiram de que Patrick estava vivo morando no México e havia forjado a própria morte para fugir de dívidas. Olivia uma vez declarou que essa historia a perturbaria para sempre.

Diagnosticada com câncer de mama pela primeira vez em 1992, e depois em 2013 e outra vez em 2017, a atriz que veio a falecer aos 73 anos, na Califórnia, no último dia 8, sempre foi muito transparente e otimista sobre seu estado de saúde.

Além de usar sua experiencia de três décadas contra o câncer para ajudar os outros com a criação da Olivia Newton-John Cancer & Wellness Foundation em 2012, com investimentos de US$ 189 milhões, a atriz chegou a declarar em uma entrevista que ela gostaria que seu legado fosse de positividade e gratidão. Qualidades, claramente vistas por todos e que podem ser relembradas com seus vídeos e filmes.


Sobre o autor

O cineasta brasileiro Daniel Bydlowski é membro do Directors Guild of America e artista de realidade virtual. Faz parte do júri de festivais internacionais de cinema e pesquisa temas relacionados às novas tecnologias de mídia, como a realidade virtual e o future do cinema. Daniel também tenta conscientizar as pessoas com questões sociais ligadas à saúde, educação e bullying nas escolas. É mestre pela University of Southern California (USC), considerada a melhor faculdade de cinema dos Estados Unidos.

Atualmente, cursa doutorado na University of California, em Santa Barbara, nos Estados Unidos. Recentemente, seu filme Bullies foi premiado em NewPort Beach como melhor curta infantil, no Comic-Con recebeu 2 prêmios: melhor filme fantasia e prêmio especial do júri. O Ticket for Success, também do cineasta, foi selecionado no Animamundi e ganhou de melhor curta internacional pelo Moondance International Film Festival.